sábado, 10 de setembro de 2011

Você costuma dizer: "deixa pra amanhã"?



Adiar a realização de uma tarefa é algo comum na vida das pessoas, para exemplificar esta questão basta responder a uma pergunta simples: quem nunca deixou pra arrumar o quarto, amanhã?
Embora pareça um traço da nossa cultura, deixar para amanhã não é uma exclusividade dos brasileiros, mas sim uma característica do ser humano que pode ser potencializada ou atenuada por fatores culturais, educacionais e de personalidade. Poucas pessoas podem dizer que nunca deixaram para depois alguma tarefa particularmente onerosa, seja física ou psíquica, mesmo tendo tempo de sobra para realizá-la.
Procrastinação é o adiamento de uma ação
. É o deixar para outro dia ou para um tempo futuro. Os motivos desse adiamento podem ser justificados de diversas formas, como medo do fracasso, mentalidade autodestrutiva, perfeccionismo, etc, porém seja qual for a justificativa (ou melhor dizer - a desculpa) procrastinação é o veneno natural de qualquer oportunidade.
Existem dois tipos de procrastinadores, os relaxados e os tensos.
No grupo dos relaxados a questão é vista como uma situação que causaria desprazer. O indivíduo, diante da necessidade de realizar uma tarefa no momento em que esta é exigida, busca atividades mais prazerosas. Na pratica, acaba deixando de lado tarefas importantes para buscar um prazer (muitas vezes fugaz) para tentar fugir da realidade. Quanto ao grupo dos tensos a procrastinação surge como uma ferramenta de relaxamento, porém pouco eficaz. Por regra, frente a uma atividade percebida como geradora de pressão, releva sua importância e adia sua realização e, conseqüentemente, seu peso para o dia seguinte.
A compreensão básica (ou desculpa) por trás da dinâmica é que adiando a realização é possível descansar e no dia seguinte estar mais relaxado e disposto para enfrentar o desafio. Acontece que no dia seguinte a história se repete deixando o prazo da conclusão da atividade cada vez mais curto, ou muitas vezes, impossíveis de serem realizados, causando assim um circulo vicioso que se forma e aumenta o estresse além dos sentimentos de ansiedade e frustração.
Estabelecido o ciclo, o que se encontra é uma sucessão de atrasos, perdas de prazos e fracassos, enquanto desejos, objetivos e até mesmo sonhos pessoais são deixados de lado, amontoados em uma pilha sob a etiqueta "amanhã eu faço".
Imagine a quantidade de atividades e atitudes que acabamos "deixando para amanhã" durante os anos da nossa existência. Isso dá uma noção do prejuízo que acumulamos. O quanto sua vida estaria diferente se não deixasse tantas coisas para amanhã?
Apenas para refletir melhor sobre a dimensão que o procrastinar pode adquirir, quando deixamos de olhar apenas para as tarefas e nos voltamos às pessoas, podemos também contabilizar o que deixamos de oferecer.

Por fim é preciso deixar claro que não é sensato confundir procrastinação (o adiar da realização) com preguiça. Esta pode ser interpretada também como aversão ao trabalho, negligência, indolência, morosidade, lentidão ou moleza. Um conceito bem diferente.

Mas nem tudo está perdido. Compreender melhor como reagimos aos desafios e, principalmente, agir de uma forma diferente quando eles se apresentam faz a diferença. 
Realmente não faz sentido adiar uma tarefa, um trabalho, um abraço, uma desculpa ou um simples "eu te amo".

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