segunda-feira, 28 de março de 2011

"Emburrecimento" Mundial Planejado

Se você é destas pessoas que adora viver atrás da TV assistindo ao Big Brother ou assistindo novela, este artigo não vai lhe agradar, ainda que seja escrito pela minha  preocupação com você.  Vamos tratar do sistema educacional e de que forma ele serve à elite dominante, mas para isso precisamos rever alguns conceitos importantes.

Durante a Era Agrária que durou 3000 anos,  o modelo econômico era constituído essencialmente na produção agrícola, ainda que alguma atividade manufatureira existisse, como confecção de roupas, calçados, armamento e transporte.  O principal capital era as terras, pois delas advinham o sistema produtivo.  Onde a produção era expressiva, o modelo consistia no senhor das terras (geralmente um nobre ou com algum título) e a mão de obra empregada  era predominantemente escrava.  Por definição, escravidão é a prática social onde um indivíduo assume a propriedade sobre o outro. Ainda que muitos pensem assim nas suas relações afetivas, não é deste tipo de relação que estaremos abordando.  Para obter a mão de obra escrava, o dono das terras precisava comprá-la, pagando antecipadamente por ela. Esta mão de obra representava o segundo capital mais importante. Este capital precisava ser alimentado, abrigado, guardado, reproduzido e disciplinado (educado). Os métodos de disciplina utilizados nos remetem a lembrar dos duros castigos por açoite, usados principalmente  como exemplo aos demais escravos. 


 Não era lógico que o dono do escravo quisesse sua morte, pois isto seria o mesmo que queimar o capital, mas era este o sistema de educação do trabalho escravo. No âmbito da manufatura, a educação ocorria pelos “mestres do ofício” que tinham os aprendizes (geralmente descendentes) disciplinados de forma oral e também se valiam dos escravos para as tarefas mais pesadas.  A educação letrada era destinada à elite governante. Ela era detentora do saber que consistia nas disciplinas científicas (matemática, fisiologia, astrologia), nas ciências humanas e sociais (filosofia, antropologia,  letras, política,  diplomacia e guerra) e artísticas. Note uma aplicação sutil da palavra disciplina entre os modelos educacionais acima.  Esta elite era educada, sobretudo, a ter o pensamento filosófico. Filosofia era uma das disciplinas mais importantes, pois permitia a compreensão do papel do indivíduo na sociedade e o motivo de sua existência.

O fim da escravidão coincide com o início da Era Industrial. Isto não é uma coincidência apenas, mas fruto de um processo bem planejado. Ainda que a atividade industrial brasileira ocorreu defasada da Europa, os fatores que levaram ao fim da escravidão foram meramente econômicos. À medida que os escravos fugiam e se organizavam (quilombos), atacavam as fazendas que tinham escravos, causando danos à produção e tornando-a um perigo aos donos das terras. Supomos que a organização dos quilombos foi fomentada por um poderoso grupo desejoso por mudanças, ainda que não existam evidências históricas disso.  Como medida para acelerar a redução da mão de obra escrava, a Inglaterra, principal potência econômica e precursora da industrialização, forçou Portugal e o Brasil (império) a interromper o tráfico dos escravos. No Brasil, a Lei Eusébio de Queiroz (1850) selou esta proibição, ainda que o tráfico continuou por algum tempo na forma de contrabando.  Com isso, a mão de obra escrava passou a ficar mais escassa e mais cara ainda. Em paralelo, com a chegada dos imigrantes, a mão de obra paga passou a ser uma alternativa mais viável, pois era mais barata para a agricultura, já que o capital empregado na mão de obra era pelo serviço prestado,  sem os demais custos que a mão de obra escrava ocasionava.

A mudança da mão de obra escrava para assalariada foi para viabilizar o novo modelo econômico. O processo industrial demandou mão de obra disciplinada a desempenhar funções específicas, paga por salário e que por si só se tornaria uma força de consumo dos bens produzidos. Aqui está a chave de tudo isto e merece a sua reflexão.


Otto Von Bismark (1815 – 1898) foi Primeiro-Ministro do Reino da Prússia. Unificou a Alemanha e tornou-se o Primeiro Chanceler do Império Alemão.

Desde Otto Von Bismarck, a Revolução Industrial precisou criar uma nova mentalidade nas pessoas para que o sistema produtivo pudesse funcionar. Sem uma nova ordem social, o modelo empregador x empregado não teria sucesso. Com isso, todo o sistema educacional foi cuidadosamente planejado a fim de que o ambiente tornasse natural o desejo pelo aprendizado escolar e seguir seu conjunto de regras e valores. A proposta era estudar vinte anos, trabalhar quarenta anos e viver aposentado por mais vinte anos. O sistema de ensino passou a ser desenhado para viabilizar a formação de uma mão de obra qualificada que permitisse o processo industrial crescer. Habilidades artísticas perderiam a importância e valor, mas as habilidades de produção é que seriam incentivadas. O pensamento filosófico era algo indesejável, pois o estudante aprenderia  como trabalhar, focado em ter (um bom emprego, um bom carro, uma boa casa, boas roupas, etc) ao invés de ser (independente, consciente, participativo, livre). As famílias passam a incentivar seus filhos a estudar e a obterem qualificações, pois o sistema desenhado compensaria aos mais letrados os melhores salários.

John Davison Rockefeller Nixon (1839-1937)
Iniciou sua fortuna fornecendo suprimentos aos soldados na Guerra Civil americana. Seus negócios prosperaram ainda mais quando ele entrou no mundo do petróleo fundando a Standard Oil que detinha 90% da produção americana no século passado. Hoje sua família detém 87% dos poços de petróleo.

J. D. Rockefeller foi patriarca de uma das maiores fortunas do mundo, com participação expressiva no Chase Manhattan Bank (hoje J.P. Morgan Chase), através do instituto que fundou nos EUA, NEA - Associação Nacional de Educação, foi o principal continuista desta idéia que visou preparar o mundo para o domínio da elite detentora do capital produtivo. O conceito em que se baseia este princípio é muito simples. Educa-se a população a pensar de uma forma homogênea, mantendo as crianças longe dos pais durante o horário escolar, onde lá os valores e hábitos são moldados. Os laços familiares são reduzidos, a capacidade de pensar sobre a própria existência e o pensamento filosófico é reduzido, para não dizer eliminado. O propósito da educação é mudar pensamentos, sentimentos e ações no estudante.  Estadistas poderosos, como Hitler, Stalin e Mao-Tsé Tung utilizaram-se  desta modelagem para poder implantar seus planos de Estado. 

Como ter uma população complacente que não se oponha ao regime de poder, se ela não for condicionada a pensar de forma coletiva (conformista)?

As habilidades que são desenvolvidas e incentivadas estão relacionadas com as habilidades técnicas para geração da mão de obra produtiva apenas. O fundamental é estar “ajustado” a um comportamento desejado. Um comportamento de massas, previsível e desejado. O estudante passa a ser parte deste grupo e se sente confortável com isso, pois este é o padrão de normalidade.  Ter boas notas nas disciplinas que já foram meticulosamente selecionadas dá direito a recompensas. O sistema vai premiar o bom comportamento, induzir a discriminação e denúncia de quem não está ajustado a este sistema. Segundo John Taylor Gatto, autor de “Armas de Destruição em Massa” e “Subterrâneo da História da Educação Americana”, “a escola é uma forma de adoção onde você entrega seu filho aos cuidados de estranhos. Você aceita uma promessa implícita de que o Estado, e seus agentes, sabem melhor como criar seus filhos e educá-los do que você, seus vizinhos, seus avós ou suas tradições locais fariam. E que seus filhos ficariam melhor por esta adoção, de forma que quando eles voltam para casa (e a maioria não quer voltar), seus pais são uma forma de estranhos amigáveis. Por que não estranhos? Nas horas chaves do crescimento daquela criança, são estranhos que cuidaram da criança. Agora observe as crianças, estranhos amigáveis, que são você e eu. Independente de nossa boa vontade, nossos talentos individuais ou inteligência, nos sobra tão pouco tempo com nossos filhos diariamente que é impossível conhecermos informações vitais suficientes a respeito de um filho em particular, para moldar uma série de exercícios para este filho. Então o que fazemos é aceitar. E se não aceitarmos, somos despedidos ou chantageados. Aceitamos as prescrições do Estado que estão escritas em manuais para fazer isto ou aquilo. Depois, a forma que o Estado verifica se você está seguindo direitinho a dieta é fazendo provas periódicas. Se seus filhos não forem bem nas provas, não significa que eles sejam burros ou qualquer outra coisa.  Significa que eles não foram obedientes às regras do Estado. Daí a criança é destacada do sistema e transferida para um tratamento especial, carimbadas para serem excluídas da sociedade responsável; excluídas de universidades que lhes dariam acesso a estudos de qualidade que lhes dariam licença para obter empregos que pagam mais”.

 Um jovem que preferisse estudar música e deixasse de estudar matemática e física não iria passar de ano, consequentemente seria um “excluído”. Para ter acesso ao ensino musical de qualidade numa universidade, teria que se ajustar ao sistema.

O pensamento de Gatto sobre o que a escola representa às crianças pode ser resumido em:

- Ela confunde a criança. Ela representa um compêndio de informações que a criança precisa memorizar para permanecer na escola. Exceto pelas provas, é muito parecido com a TV, preenchendo quase todo o tempo livre da criança. Alguém ouve e vê algo, apenas para esquecer novamente.
- Ela ensina a aceitar a afiliação à classe.
- Ela a torna indiferente.
- Ela a torna emocionalmente dependente.
- Ela ensina um tipo de autoconfiança que requer constante confirmação por especialistas (autoestima provisória).
- Ela deixa claro que não dá para se esconder, pois elas estão sempre sendo supervisionadas.

“Eu não quero uma nação de pensadores. Eu quero uma nação de trabalhadores”. – J. D. Rockefeller

Por isso, reflita sobre o que acontece ao nosso redor e decida que papel você quer exercer na sociedade. Nossa atividade é a contra-mão deste sistema afrontoso.  Ao promover o marketing de rede, você está promovendo mais do que uma oportunidade de negócios, você está promovendo uma oportunidade de expansão do pensamento para um despertar de consciência. 

Não dê seu sangue, nem ame as empresas. Ame as pessoas. Apaixone-se por idéias. Goste dos seus produtos, mas quanto às empresas... dê lealdade a elas, enquanto elas são leais aos seus interesses pessoais.

Em 1999, no auge da minha carreira executiva eu despertei para algo. Após todo o meu esforço para chegar ao topo da escada numa grande multinacional, percebi que algo estava muito errado. Ainda que estivesse "vencendo a corrida dos ratos, eu era um rato".  Sem mesmo ler o livro "Pai Rico Pai Pobre" do Robert Kiyosaki, decidi romper com o sistema e me presenteei com um ano de férias. Neste período eu fui em busca de respostas às minhas perguntas. Nelas estavam incluídas: O que é felicidade? Quem sou eu?  O que é este mundo em que vivemos? Para que vim a este mundo?  Como quero ser lembrado quando morrer e como quero lembrar da minha vida ao morrer? Como viver com liberdade? entre outras.

Através de artigos como este, meu trabalho no marketing de rede, palestras, livros sendo escritos e pelo meu blog Supere-se, procuro despertar e exercitar a consciência das pessoas sob o ponto de vista humano e filosófico. Penso que este é o caminho lógico para que possamos exercer nossa plenitude de pensamento, desligando-nos de programações “pré-inputadas” por um sistema tendencioso e claramente corrompido, permitindo assumirmos posições do nosso interesse pelos nossos valores e escolhas, e não pelo interesse de uma força dominante escravagista contemporânea com sua agenda própria.

No próximo artigo, tratarei da Era da Informação e as relações de trabalho, bem como os desafios educacionais para manutenção do sistema vigente.

“Emburrecimento” Global Mundial Planejado – Parte 2 – Na Era da Informação

No artigo anterior revemos fatos históricos sobre como ocorreu a transição da mão de obra  escrava para a assalariada, bem como qual foi o propósito do modelo educacional existente como suporte fundamental ao sucesso deste processo de transição.

Neste artigo analizaremos a transição da Era Industrial para a Era da Informação, de como a mão de obra está sendo afetada e os desafios educacionais para o suporte ao modelo econômico neste novo ambiente tecnológico.

As máquinas e métodos possibilitaram aumento da produção pela redução de custos e eficência da capacidade produtiva. Esta mecanização afetou tanto o setor agrícola quanto o setor industrial. Isto gerou inúmeros postos de trabalhos e, ao mesmo tempo, um novo mercado consumidor formado por esta mesma mão de obra produtiva assalariada. À medida que a mecanização sofisticou, tarefas braçais foram progressivamente substituídas por máquinas. Os sensores elétrico-eletrônicos viabilizaram os primeiros controles automáticos no funcionamento destas máquinas, gerando ainda mais eficiência e capacidade produtiva. Mais produção com mais eficiência é sinônimo de aumento de oferta. Por um princípio econômico, com mais oferta menor é o preço, e isto amplia o acesso ao consumo.

Os primeiros computadores foram construídos a partir de válvulas. Devido ao tamanho e custo, tiveram uso muito restrito e não chegaram ao setor industrial no princípio, pela relação custo x benefício.  Com a invenção do transistor e os circuitos integrados (miniaturização) há um novo salto tecnológico. O computador passa a reduzir de tamanho e custo, criando novas possibilidades de penetração desta tecnologia no setor produtivo. Agora as máquinas ganham mais sofisticação com aumento significativo da qualidade da produção. O barateamento do computador também criou a oportunidade de acesso a ele nos serviços empresariais e pessoais, trazendo grande salto de produtividade à mão de obra intelectual.

Neste ponto temos um impacto de tamanha magnitude que não se percebe plenamente a abrangência de suas consequências. É o início da Era da Informação. Esta artigo trata exatamente disto, com o objetivo de clarear percepções a todos nós imersos neste momento histórico que será facilmente descrito no futuro.

Quando se está no quadro é impossível enxergar a moldura.  Logo, é preciso uma visão externa para que se enxergue o quadro e a moldura. 

Não quero ter a pretensão de assumir que esta visão que compartilharei é a única possibilidade, já que só o tempo será capaz de descrever o presente. Mas considerando que alguém que esteja (ou esteve) na ponta tecnológica tem maior percepção da aplicabilidade da tecnologia, sinto-me perfeitamente credenciado a descrever o que penso sobre onde estamos e para onde provavelmente iremos, já que ocupei altas posições em grandes corporações na área de tecnologia da informação. Creio que, a partir desta perspectiva, você sentirá a importância do trabalho que exercemos no marketing de rede e seu contexto neste conturbado ambiente de mudanças.

Um dos grandes saltos tecnológicos foi o das telecomunicações. A partir do ponto em que a telefonia viabilizou a transmissão de dados, computadores passaram a se comunicar com outros computadores de forma cada vez mais rápida, ao ponto de chegar em tempo real. Temos aqui o network (rede de trabalho) de computadores e a internet passa a ser a ferramenta mais barata e efetiva de interconectar as diferentes plataformas de tecnologia em diferentes localidades ao redor do globo de forma simultânea, quase instantânea e muito acessível a grande parte de pessoas e praticamente a qualquer empresa. O que parece ser algo muito prático e usual no dia a dia é, por si só, um fenômeno de tal magnitude que faz com que os olhos mais distraídos não notem seu grande impacto no mundo, tal qual o conhecemos e percebemos.

Esta interconectividade é a base da globalização. A interdependência entre países é agora muito intensa, de forma que um problema local é compartilhado pelos meios de comunicação em tempo real e seu impacto passa a ser global. Por exemplo, um acidente aéreo faz com que ações de empresas de seguro e empresas aéreas possam oscilar instantaneamente em todas as bolsas mundiais. Recentemente, a crise imobiliária americana afetou a economia mundial de forma dramática. Grandes instituições bancárias em todo o mundo sofreram abalo e o setor produtivo mundial também foi afetado pelo efeito recessivo causado num único setor, em um único país.

Em meio a este cenário, ao regressar de uma viagem aos EUA em novembro de 2010,  deparei-me com uma máquina de auto-atendimento no aeroporto de Newark que não estava lá três meses antes. Esta máquina foi instalada ao lado do Duty Free pela Best Buy, uma grande cadeia americana de lojas de venda de eletro-eletrônicos. Por ocupar um pequeno espaço e dispensar a figura do vendedor, esta máquina permite uma significativa redução do custo da venda, onde a mão de obra empregada é de apenas um repositor de estoque, sendo as demais funções feitas automaticamente. Esta inovação tecnológica fará sentir seu impacto em breve.  A cadeia de lanchonetes McDonalds representa o primeiro emprego de milhares de pessoas ao redor do mundo. Imagine-se entrar numa lanchonete, sentar-se à mesa que tenha uma tela de computador onde você possa fazer seu pedido, passar o cartão e aguardar a informação para buscar seu pedido no balcão. Quantos postos de trabalho serão eliminados pela utilização de uma tecnologia que hoje é corriqueira?

Outro efeito desta interconectividade é migrar a produção para onde a mão de obra é mais barata. Aqui temos um seríssimo impacto econômico que nos afeta diretamente, mas entrararei em detalhes deste impacto na nossa profissão de marketing de rede mais adiante. Empresas fecham suas fábricas nos países de origem e passam a produzir em países como China, Índia e Paquistão que têm condições de trabalho praticamente escravo, se comparados aos padrões ocidentais. Isto leva ao desemprego em países com escolaridade mais elevada, implicando em profundos impactos na economia destes países. Esta mão de obra só tem duas alternativas de renda: viver às custas do Estado ou partir para o empreendedorismo.

Depender do Estado significa depender do contribuinte, logo significa ter maior carga tributária sobre a produção e sobre a mão de obra empregada, restringindo assim o poder de compra pelo aumento dos custos de produção e redução da capacidade de compra. É uma força desastrosa que se contrapõe à força de diminuição de custos pelo emprego de tecnologia e mão de obra mais barata. Os “baby boomers”, geração formada pela explosão da natalidade após a II Guerra Mundial durante o período de 1946 e 1964, modificaram a economia à medida que cresceram. Eles ingressaram no mercado de trabalho no princípio da formação dos sistemas de previdência social e foram os principais contribuintes. Os sistemas de previdência mundial estão em situação crítica. Mas o verdadeiro impacto está por ser sentido, já que a grande massa dos baby boomers está entrando agora na fase de receber os benefícios de aposentadoria para o qual contribuiram, num cenário onde há grande desemprego e consequente diminuição da manutenção da contribuição previdenciária. Isto significa um colapso previsível em curto espaço de tempo. A única saída será aumentar o tempo de serviço para obtenção do benefício e a própria redução do valor das aposentadorias pagas.  Mas se temos desemprego e migração da mão de obra para onde ela está mais barata, não é lógico supor que a mão de obra que tenha mais idade terá dificuldade de se manter empregada? Sendo assim, é lógico imaginar que esta mão de obra deixará de contribuir para sua própria previdência e se aposentará por idade com proporcionalidade (redução) dos ganhos, agravando ainda mais o problema.

Com o desemprego pela redução dos postos de trabalho surge a opção pelo empreendedorismo. Mas como empreender se a mentalidade criada pelo sistema educacional é de ser empregado numa boa empresa privada ou pública? Tanto jovens que querem ingressar no mercado de trabalho quanto trabalhadores diante do desemprego estão igualados neste entrave. A este grupo receoso e despreparado agregam-se os que temem possíveis mudanças do seu status quo e os insatisfeitos com sua remuneração. Com a competitividade global, as empresas para sobreviver precisam reduzir custos. É neste cenário que temos a atividade de marketing de rede como uma saída para o grupo de pessoas que não aprendeu a ser empresário, não tem os recursos para montar um negócio tradicional, mas que precisa de uma fonte de renda viabilizada pela parceria oferecida pelas empresas de marketing de rede que dividem com distribuidores a verba que até então era destinada a campanhas publicitárias, remuneração e manutenção de equipes de vendas. 

Espera-se um grande fluxo de pessoas que irão buscar esta saída e, como lei de oferta e demanda, muito mais empresas adotarão o marketing de rede como canal de distribuição.

E onde fica o modelo educacional vigente? A manutenção da distração na sala de aula por excesso de conteúdo de ensino que não será retido (cultura inútil) para gerar mão de obra disciplinada a atuar da forma previsível e desejável poderá sofrer um leve revés, à medida que novas famílias criem seus filhos num ambiente empreendedor que o marketing de rede oferece, preenchendo a lacuna que existe dentro da sala de aula. É claro que enquanto houver novela, big brother e outras distrações intensionais, a percepção do que está ocorrendo no mundo será retardada, mas será inevitável. 



*Texto de Ricardo Guimarães. 

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