“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei escravizar por coisa alguma.”
(I Cor.6,12)
Isolemos as consequências apenas para teor de reflexão; podemos notar que todos os homens possuem, de fato, o livre-arbítrio e assim podem fazer de si o que bem entenderem, quando quiserem, onde quiserem e da maneira que lhe for mais prazerosa. Somos livres e por assim sermos buscamos, por natureza, aquilo que mais no dá prazer da maneira mais rápida possível a fim de satisfazer a vontade que de alguma forma se introduziu em nosso pensamento e espírito.
Cada indivíduo busca essa satisfação de maneiras e meios específicos e diversos a cada um, correspondentes à vontade latente implícita de sentir prazer.
A busca do prazer, que está presente em todos os homens, por sua vez se torna cada vez mais intenso. Diferente da fome, que quando saciada, cessa; a busca do prazer cresce.
E na maioria das vezes as maneiras pelas quais se busca saciar essa vontade gera um prazer temporário, fazendo com que o indivíduo busque mais, em maior quantidade e em maior intensidade satisfazer sua vontade. E por ser livre, muitas vezes - para não dizer a maioria delas - o indivíduo não se controla e o faz, agravando mais ainda esse ciclo de progressões aritméticas.
O que, em início, era apenas prazer, agora, por falta do controle da vontade, se torna um vício.
Desta maneira, para provar que é livre, o homem torna-se escravo dos vícios.